Eu tenho andado muito ultimamente. Me dá tempo pra pensar.
Cheguei à conclusão que não importa o que aconteça, aonde eu esteja ou quem eu conheça, o que é verdadeiro não muda e minha essencia vai ser sempre a mesma.
Toda essa experiencia é supostamente algo que vai me mudar pra vida inteira e já me disseram pra me preparar porque muitas vezes, as minhas ideias nao vao mais bater com as das pessoas que não passaram pelo que eu to passando.
Será? Será mesmo?
Eu vou em mais festas aqui do que ia no Brasil, mas sempre vou arrastada e sem vontade nenhuma. Continuo achando que ficar na frente do espelho dublando as musicas do meu Ipod é um bom programa. Por enquanto, continuo redonda por fora mas quadrada por dentro.
Ainda levo comigo o que me ensinaram: Com a Carol, eu aprendi a acreditar (tanto que não posso ver sapato virado de cabeça pra baixo) e com a Laysa, eu aprendi a rir e que a melhor versão de qualquer pessoa é a verdadeira. A Livia me ensinou a manter (tenho mantido por 13 anos) e a Izadora, junto com a Mai e a Arih me mostraram que, as vezes, profundidade e sinceridade não tem relação nenhuma com tempo. A Raissa me ensinou a me identificar em outra pessoa e me fez admitir que livros podem acontecer na vida real (por mais que a gente não queira).
Ainda tenho nojinho de misturar a comida no prato, continuo morrendo de ciumes das minhas bandas favoritas (que ninguem mais conhece) e cada coisa me lembra alguém.
O que eu aprendi aqui é que você não precisa estar consciente que dá valor pras coisas pra que isso seja verdade. Aquela coisa de "só dá valor na hora que perde" nunca foi tão verdade mas nunca foi tanta balela ao mesmo tempo.
Me recuso à pensar em ter filhos, mas assistindo tv, eu até me imagino casando com alguém só pela simplicidade de gostar. Talvez eu esteja mudando mesmo (ou amolecendo).
Descobri que meu país é a coisa mais linda do sistema solar mas continuo dizendo o que nunca foi segredo pra ninguem: a melhor coisa de todas, mesmo mesmo, são as pessoas dentro do país.
Eu ainda sou uma controladora compulsiva e odeio quando as coisas saem do meu controle (mas frequente do que eu gostaria). Não importa o quão fanáticas as pessoas daqui sejam por Crepúsculo: Sou Harry Potter pra sempre.
Tenho falado mais palavrões do que minha mãe gostaria que eu falasse, mas isso está em processo de mudança. Estou até tentando parar de comer McDonald's.... Olha só!
O mundo gira rapido quando eu dou as costas e daqui a pouco tudo isso aqui vai estar velho e talvez nem vá mais fazer sentido, mas pelo menos por agora, é tudo que eu preciso falar.
Até aprendi a lavar roupa, olha que coisa.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
sábado, 15 de agosto de 2009
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Eric,
Agora eu estou sentada do lado de fora, na varanda, como eu sempre faço quando preciso pensar com calma. Todas as vezes que eu te disse que precisava dar uma volta e eu saia pela porta dos fundos, eu dava a volta na minha casa e sentava no degrau da varanda. Exatamente onde eu estou agora.
Sabe ontem, quando você me ligou e ninguem atendeu? Eu estava lá, com o telefone na mão, olhando seu nome piscar. Você não deixou mensagem e não ligou de novo. Eu começo a pensar em você e sem perceber que ainda estou com o telefone na mão, dou por mim e já disquei seu numero. Pronta pra te ligar, ignorando meu medo de telefone... Seria tão simples! Eu ia te ligar, conversar com voce por 5 minutos e desligar com a certeza que você ainda é meu.
Já está de noite aqui e pensando bem, acho que é por isso que você continua ligando e aparecendo aqui e ali: só pra ter certeza que eu ainda continuo sua.
As vezes sinto sua falta. É engraçado como, apesar de todas as brigas e dores de cabeça, eu ainda sinto sua falta. Deve ser porque, com o tempo, tudo o que aconteceu passa e o que sobra são só as memórias. Só as boas. Sobrou tudo que a gente conversou e tudo que a gente colocou entre parenteses - o que a gente sempre quis dizer mas que nunca coube nas conversas.
Só quero deixar claro que eu fiz a minha escolha e saio daqui com a certeza que escolhi certo. Eu escolhi não escolher você. Escolhi dar preferencia pra alguém que resolveu se arriscar por mim - coisa que você nunca fez.
Não tem como saber ao certo como teria sido o que não foi, mas agora ficou claro que você nunca saiu da sua zona de conforto - não por mim, pelo menos. Talvez essa seja uma das razões pra você ter escolhido quem eu escolheu. Nunca foi um grande desafio conseguir o que você conseguiu. Você chegou aonde está hoje com uma mão nas costas e você sabia que eu não ia ser tão facil assim.
O que mais machuca é saber que você não achou que eu valia o esforço.
Todo esse "achismo" é o que sempre me fez mal e posso até dizer que foi isso que me manteu no mesmo lugar por todo esse tempo: Eu achando que as coisas iam dar certo se eu esperasse mais um pouco; se eu tivesse um pouco de paciencia e você achando que a resposta ia cair no seu colo cedo ou tarde, sem ao menos acreditar. Mas eu acreditei, é claro. Acreditei tanto que estava disposta a sair da minha bolha por sua causa. Ta aí a diferença entre nós dois.
Agora é tarde demais pra se arrepender do que não deu. Por um tempo eu tentei ser maior e melhor por sua causa, mas eu acho que no final eu acabei sendo grande demais ou até boa demais pra você.
Não vou dizer que me sinto mais leve por estar finalmente dizendo isso tudo pra você porque colocar um ponto final nessa história é mais ou menos como doar as coisas que estão no sotão: você não usa mas gosta de ter guardado, só pra saber que se um dia você precisar, ainda está lá. Se eu pudesse, te guardava numa caixa e te colocava no sotão, mas o espaço é pouco e aposto que você não ia deixar por pouco. Eu sei que no momento certo eu vou começar a me sentir menos culpada e mais leve, o que foi o motivo disso tudo desde o começo.
Agora esta começando a ventar e eu acho melhor entrar. O melhor de sair, na minha opnião, sempre foi saber que ia ter alguem me esperando quando eu voltar e nesse exato momento, tem alguem do outro lado que vai sorrir assim que eu abrir a porta.
Espero que você ache tudo que eu achei. O segredo sempre foi sair da zona e mesmo que você fizesse de conta que não, você sempre soube disso.
Com amor. Sempre.
Kate
Agora eu estou sentada do lado de fora, na varanda, como eu sempre faço quando preciso pensar com calma. Todas as vezes que eu te disse que precisava dar uma volta e eu saia pela porta dos fundos, eu dava a volta na minha casa e sentava no degrau da varanda. Exatamente onde eu estou agora.
Sabe ontem, quando você me ligou e ninguem atendeu? Eu estava lá, com o telefone na mão, olhando seu nome piscar. Você não deixou mensagem e não ligou de novo. Eu começo a pensar em você e sem perceber que ainda estou com o telefone na mão, dou por mim e já disquei seu numero. Pronta pra te ligar, ignorando meu medo de telefone... Seria tão simples! Eu ia te ligar, conversar com voce por 5 minutos e desligar com a certeza que você ainda é meu.
Já está de noite aqui e pensando bem, acho que é por isso que você continua ligando e aparecendo aqui e ali: só pra ter certeza que eu ainda continuo sua.
As vezes sinto sua falta. É engraçado como, apesar de todas as brigas e dores de cabeça, eu ainda sinto sua falta. Deve ser porque, com o tempo, tudo o que aconteceu passa e o que sobra são só as memórias. Só as boas. Sobrou tudo que a gente conversou e tudo que a gente colocou entre parenteses - o que a gente sempre quis dizer mas que nunca coube nas conversas.
Só quero deixar claro que eu fiz a minha escolha e saio daqui com a certeza que escolhi certo. Eu escolhi não escolher você. Escolhi dar preferencia pra alguém que resolveu se arriscar por mim - coisa que você nunca fez.
Não tem como saber ao certo como teria sido o que não foi, mas agora ficou claro que você nunca saiu da sua zona de conforto - não por mim, pelo menos. Talvez essa seja uma das razões pra você ter escolhido quem eu escolheu. Nunca foi um grande desafio conseguir o que você conseguiu. Você chegou aonde está hoje com uma mão nas costas e você sabia que eu não ia ser tão facil assim.
O que mais machuca é saber que você não achou que eu valia o esforço.
Todo esse "achismo" é o que sempre me fez mal e posso até dizer que foi isso que me manteu no mesmo lugar por todo esse tempo: Eu achando que as coisas iam dar certo se eu esperasse mais um pouco; se eu tivesse um pouco de paciencia e você achando que a resposta ia cair no seu colo cedo ou tarde, sem ao menos acreditar. Mas eu acreditei, é claro. Acreditei tanto que estava disposta a sair da minha bolha por sua causa. Ta aí a diferença entre nós dois.
Agora é tarde demais pra se arrepender do que não deu. Por um tempo eu tentei ser maior e melhor por sua causa, mas eu acho que no final eu acabei sendo grande demais ou até boa demais pra você.
Não vou dizer que me sinto mais leve por estar finalmente dizendo isso tudo pra você porque colocar um ponto final nessa história é mais ou menos como doar as coisas que estão no sotão: você não usa mas gosta de ter guardado, só pra saber que se um dia você precisar, ainda está lá. Se eu pudesse, te guardava numa caixa e te colocava no sotão, mas o espaço é pouco e aposto que você não ia deixar por pouco. Eu sei que no momento certo eu vou começar a me sentir menos culpada e mais leve, o que foi o motivo disso tudo desde o começo.
Agora esta começando a ventar e eu acho melhor entrar. O melhor de sair, na minha opnião, sempre foi saber que ia ter alguem me esperando quando eu voltar e nesse exato momento, tem alguem do outro lado que vai sorrir assim que eu abrir a porta.
Espero que você ache tudo que eu achei. O segredo sempre foi sair da zona e mesmo que você fizesse de conta que não, você sempre soube disso.
Com amor. Sempre.
Kate
terça-feira, 14 de abril de 2009
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Percepção
Sentada no bar, observando o gelo que derretia no fundo do copo, eu tamborilava uma musica qualquer com os dedos.
- Você gosta dela? - quando o homem fala comigo eu me assusto e bato a mão no copo.
- Como?
- Britney Spears. - ele sorria para mim. Belo sorriso, por sinal. - Você gosta dela?
Eu dei os ombros.
- Não sou grande fã, mas ela é legal.
- Estranho... - ele pareceu pensativo por um momento. - As pessoas são muito extremistas quando o assunto é ela. Em geral elas amam ou odeiam... Conhece esse jogo?
- Não. Como é.
Ele me explica, contente. Alguém diz um assunto, uma pessoa ou qualquer outra coisa e você decide se ama ou odeio. Não vale ser neutro.
- E se eu for neutra? - eu perguntei desconfiada.
- Não é permitido ser neutro. Então escolha - ele dá um gole no 'sabe-lá-o-que' ele está bebendo - Britney Spears: Ama ou odeio?
Eu penso por um segundo e respondo hesitante.
- Hum... Odeio. E você?
- Ótimo, eu também.
- Jura?
- Claro. Mulher sem nenhum talento. - ele aponta para mim - Sua vez.
- Não tenho ideia nenhuma. Vai você.
- Ok... Calça boca-de-sino?
Dessa vez, eu não preciso pensar para responder.
- Odeio, é tão cafona!
- Eu sei, também odeio.
- Minha vez: Paul McCartney?
- Amo.
- Eu também.
Continuamos a jogar enquanto o gelo derretia no meu copo.
No fim das contas, nós dois amamos - ou pelo menos amamos mais do que odiamos - assistir campeonatos de poker pela tv, musicas antigas e o Bill Clinton. Nós dois odiamos - ou odiamos mais do que amamos - pessoas que moram perto da praia (pelo fato delas morarem perto da praia mas nunca irem à praia), gatos magros e o Ross de Friends. Desempatamos sobre vodca (eu acho amargo, ele ama qualquer coisa que tenha alcool), bichos de pelúcia (eu amo, ele tem alergia), Brad Pitt (ele ama, eu ainda não o perdoei por terminar com a Jennifer) e filmes que se passam no interior (eu amo, ele não consegue parar de pensar no cheiro do lugar).
Percebo que eu gosto (quer dizer, amo) desse jogo. Ser radical, tomar um partido, ficar de um lado. Tudo ou nada. Faço o mesmo com você. Mudo de opnião sobre você várias vezes mas sempre sendo extrema: amo, odeio, amo de novo, odeio de novo.
Sabe aquela história da "linha tênua"? Pois é, percebi que é tudo verdade. Lembro da minha mãe me dizendo que o oposto do amor não é o odio, sim a indiferença. Esse é meu objetivo. Ser indiferente a você.
Percebo que o gelo do meu copo virou agua. É hora de ir para casa.
- Posso te acompanhar? - ele pergunta e eu dou os ombros. Que mal teria aquilo?
Nós caminhamos juntos até meu apartamento e quando chegamos na porta, eu brinco com a chave entre os dedos. Tomara que ele não tenha visto aquele filme. Por favor, não tenha assistido...
Ele ri baixo e eu percebo que ele assistiu o filme. Ah, que se dane. Ele se aproxima e eu não faço menção de me afastar. Ele toma isso como um "sim" definitivo.
- Eu realmente preciso entrar - eu me afasto e ele não me segura.
Quando eu murmuro qualquer "Tchau" baixo, ele segura minha mão. Eu viro.
- Beijar alguém que você acabou de conhecer: Ama ou odeia?
Eu rio.
- Amo.
Ele dá um sorriso sarcástico.
- Concordo.
Destranco a porta e enquanto giro a chave na fechadura, fico imaginando se ele também mentiu.
- Você gosta dela? - quando o homem fala comigo eu me assusto e bato a mão no copo.
- Como?
- Britney Spears. - ele sorria para mim. Belo sorriso, por sinal. - Você gosta dela?
Eu dei os ombros.
- Não sou grande fã, mas ela é legal.
- Estranho... - ele pareceu pensativo por um momento. - As pessoas são muito extremistas quando o assunto é ela. Em geral elas amam ou odeiam... Conhece esse jogo?
- Não. Como é.
Ele me explica, contente. Alguém diz um assunto, uma pessoa ou qualquer outra coisa e você decide se ama ou odeio. Não vale ser neutro.
- E se eu for neutra? - eu perguntei desconfiada.
- Não é permitido ser neutro. Então escolha - ele dá um gole no 'sabe-lá-o-que' ele está bebendo - Britney Spears: Ama ou odeio?
Eu penso por um segundo e respondo hesitante.
- Hum... Odeio. E você?
- Ótimo, eu também.
- Jura?
- Claro. Mulher sem nenhum talento. - ele aponta para mim - Sua vez.
- Não tenho ideia nenhuma. Vai você.
- Ok... Calça boca-de-sino?
Dessa vez, eu não preciso pensar para responder.
- Odeio, é tão cafona!
- Eu sei, também odeio.
- Minha vez: Paul McCartney?
- Amo.
- Eu também.
Continuamos a jogar enquanto o gelo derretia no meu copo.
No fim das contas, nós dois amamos - ou pelo menos amamos mais do que odiamos - assistir campeonatos de poker pela tv, musicas antigas e o Bill Clinton. Nós dois odiamos - ou odiamos mais do que amamos - pessoas que moram perto da praia (pelo fato delas morarem perto da praia mas nunca irem à praia), gatos magros e o Ross de Friends. Desempatamos sobre vodca (eu acho amargo, ele ama qualquer coisa que tenha alcool), bichos de pelúcia (eu amo, ele tem alergia), Brad Pitt (ele ama, eu ainda não o perdoei por terminar com a Jennifer) e filmes que se passam no interior (eu amo, ele não consegue parar de pensar no cheiro do lugar).
Percebo que eu gosto (quer dizer, amo) desse jogo. Ser radical, tomar um partido, ficar de um lado. Tudo ou nada. Faço o mesmo com você. Mudo de opnião sobre você várias vezes mas sempre sendo extrema: amo, odeio, amo de novo, odeio de novo.
Sabe aquela história da "linha tênua"? Pois é, percebi que é tudo verdade. Lembro da minha mãe me dizendo que o oposto do amor não é o odio, sim a indiferença. Esse é meu objetivo. Ser indiferente a você.
Percebo que o gelo do meu copo virou agua. É hora de ir para casa.
- Posso te acompanhar? - ele pergunta e eu dou os ombros. Que mal teria aquilo?
Nós caminhamos juntos até meu apartamento e quando chegamos na porta, eu brinco com a chave entre os dedos. Tomara que ele não tenha visto aquele filme. Por favor, não tenha assistido...
Ele ri baixo e eu percebo que ele assistiu o filme. Ah, que se dane. Ele se aproxima e eu não faço menção de me afastar. Ele toma isso como um "sim" definitivo.
- Eu realmente preciso entrar - eu me afasto e ele não me segura.
Quando eu murmuro qualquer "Tchau" baixo, ele segura minha mão. Eu viro.
- Beijar alguém que você acabou de conhecer: Ama ou odeia?
Eu rio.
- Amo.
Ele dá um sorriso sarcástico.
- Concordo.
Destranco a porta e enquanto giro a chave na fechadura, fico imaginando se ele também mentiu.
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