sábado, 8 de novembro de 2008

Sobre bater e chamar de volta

No carro, com sono, eu comecei uma conversa sobre sei lá o que com a Laysa e a Izadora e acabei falando sobre amizades. Ah, que demodê.
Mas eu sei que as coisas podiam ter sido diferentes.
Eu podia ter preferido ficar em casa dormindo ao invés de levantar cedo todos os sábados pra ir pra São Paulo e aí, eu não ia rir da Laysa saindo de trás da porta no Magal e nem ia ficar horas no telefone com a Iza falando sobre coisa nenhuma. Eu não sei nem se eu ia falar com alguma das duas, a não ser nas quintas-feiras cordiais onde eu vou pro Metrópole e é aquele 'oi amor, que saudade. Como você está?' de sempre.
Ou se, sei lá, eu tivesse ficado no Pueri. Eu não ia ter os silêncios no carro que acabam assim que a gente põe o pé na escola. Eu não ia apontar pra meia das pessoas e ver a Carol rindo a risada da Eliana.
Mas foi do jeito que foi. Eu não falo mais inglês na sala de aula nem dou olhadas furtivas pra Fernanda quando tem 'macacos' no assunto.
Eu nunca prometi, no meio daquela efusividade de 'fim de 8ª série', que ia ser igual; que nada ia mudar, porque até uma retardada podia saber que as coisas iam sim mudar.
E sabe do que mais? As coisas vão mudar de novo.
O Ábaco, o teatro... Ta tudo acabando. A Mansão acaba daqui duas semanas, eu vou pra Nova Zelândia e a Raíssa vai pra FEI.
Não tenho a minima ideia do que vou fazer dia 29 de novembro, quando eu acordar no meu primeiro dia de férias. Eu sei que até o dia 28, eu vou enrolar o máximo pra não precisar estudar e vou sair da sala de prova, procurar as meninas e fazer comentarios sobre os resultados. Nos dois finais de semana que me sobraram, eu vou olhar pro relógio e ver que eu estou atrasada, vou correr pra arrumar minhas coisas e vou encontrar as três meninas com quem eu mais passei meu tempo nesse ano.
A partir do dia 29, eu estou no escuro. Não faço ideia do que vou fazer.
Ou melhor, eu sei que dia 09 de janeiro, eu vou pro lugar pra onde eu quero voltar desda ultima vez que eu saí de lá e sei que dia 28, enquanto todas as pessoas do Ábaco estiverem voltado pras salas de aula e pra Vera, eu vou estar num avião, indo pra Oceania.
Mas fora isso, meus dias estão em branco e eu posso jurar que, pelo menos por hoje, as coisas vão ser pra sempre.
Amanhã, eu talvez mude de idéia, mas hoje não. Hoje, eu tenho certeza que a Raissa vai estar no msn; sei que a Carol está na casa do lado; sei que a Izadora vai atender o telefone se eu ligar e sei que a Laysa vai estar comigo sempre quando eu precisar dela.
Pelo menos, por enquanto.

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