domingo, 5 de dezembro de 2010

narrador observador

Ela não sabia no que acreditar. Não tinha certeza se querer era o bastante. Sempre soube que querer e poder eram coisas distantes e distintas. Nem todo o positivismo do mundo tinha poder de transformar as coisas em realidade.
Mas a frustração era tanta! Ela já havia pensado em desistir. Ela parou de acreditar por um tempo. Nunca havia visto, tocado ou tido prova alguma de que aquilo era real. Tudo que ela tinha eram as palavras, mas de que uso são palavras? Nenhum, eu te digo. Ela dizia que palavras eram letras que foram colocadas juntas. Nem sentido elas faziam. Não numa situação como aquela.
Mas então do que é que tanto se fala? Todas as musicas, a poesia e os filmes nas prateleiras. Se não era real, o que eles faziam ali?
Se todos aprendem aos 6 anos que são seus pais que compram as bonecas no final do ano, por que continuam aqui, acreditando e fazendo rimas sobre algo que nem é possivel ser provado?

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