Sentada na cama, repassando tudo o que eu já pensei em dizer tantas vezes, não consegui falar nada.
Antigamente, no começo de tudo, a gente falava o tempo todo. Agora, nossa conversa tem muitos silêncios constrangedores que são cheios de significados que eu não consigo entender; cheia de "mas então..." e suspiros.
Eu fico com dor de cabeça de tanto pensar e nunca chego numa conclusão. Como foi que a gente acabou desse jeito mesmo?
Porque, você sabe, nós literalmente acabamos.
Não posso dizer que não tem mais graça, mas também não vou conseguir mentir e dizer que ainda tem a mesma graça de sempre.
Eu sempre achei que ia acabar com você, sabia? No final dos finais, depois de ter conhecido todo mundo que eu tinha que conhecer e depois de fazer tudo que eu tinha pra fazer. Sempre jurei que, um dia, quando eu fosse bem resolvida, eu ia esbarrar com você numa esquina em Paris ou em outro lugar assim, ia olhar pra você, franzir o cenho como eu sempre faço quando acho que entendi alguma coisa e lembrar da gente. A gente poderia até tomar um café, quem sabe. Mas era você, sempre você.
Faz um tempo, eu comecei a duvidar disso. Eu conseguia me imaginar tomando café com outras pessoas e até congitava acabar com alguém que eu ainda não conhecia.
Mas agora, eu tenho certeza. Não é com você que eu vou acabar.
Você me deixa louca o tempo todo e eu sei que eu te irrito mais do que ninguém nesse mundo.
As pessoas ainda falam "nossa, vocês vão casar!" mas eu faço caretas sinceras e explico que não quero isso. Nem pra mim, nem pra você.
O que eu acabei de perceber é que eu acho que acabou mesmo. Minha meta pro ano que vem é parar de olhar pro visor do celular a cada 5 minutos até depois das 2h, afinal, já foram dois anos caindo de cara.
Você não me faz bem, não mais.
Está mais do que na hora de eu começar a ouvir os conselhos que eu sempre dei pra minhas amigas, sobre "deixar pra lá" e "parar de procurar sarna pra se coçar".
Então, acho que é isso: Pode guardar suas musicas pra você.
Tenha uma ótima vida e pode ter certeza que eu guardo o melhor do você comigo.
Marina.
sábado, 20 de dezembro de 2008
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Aos que não lembraram
"Só mais 5 minutos", eu pensava. "Se em 5 minutos ele não ligar, eu vou dormir".
E de 5 em 5 minutos, você não ligou. De 5 em 5 minutos, eu esperei até muito tarde. Tarde mesmo. Até passou da hora, de tão tarde que era, mas eu estava esperando mesmo assim.
O telefone tocou algumas vezes e em nenhuma delas era você.
Eu estava até preparada pra aceitar qualquer desculpinha que você tivesse inventado. Qualquer festa pra onde você foi arrastado, qualquer pití da fulaninha, qualquer passeio com o cachorro servia, mas nem isso aconteceu.
Eu teria te contado que quando virou meia noite eu estava fora e nem lembrei de comentar; teria te dito que quando eu acordei, não tava com cara de 16. Eu ia comentar sobre o churrasco; sobre o parabéns que eu tive que presenciar e sobre como eu fiquei roxa e morrendo de raiva. Isso se você tivesse ligado, é claro.
Sabe, eu passei o dia com as meninas e nem isso salvou o dia de ser broxante. É tudo culpa do domingo, sabe? Mas não que você tenha ligado pra perguntar, de qualquer jeito.
Tirei o avisinho de orkut e quase ninguem lembrou. Umas 12 pessoas, no máximo.
Mas você não ter ligado foi o pior de tudo.
Eu fiquei lendo o livro que eu ganhei (obrigada, vó) e fingindo que não estava esperando. Lá pelo capitulo 8, desisti de fingir e coloquei a celular do lado do travesseiro. Quando eu cheguei no capitulo 13, já eram 3h e nada de você.
"Ah, foda-se! Se não ligou até agora, não quero mais saber."
Eu fui dormir.
As 8:40, o telefone tocou. Finalmente. E era você.
Mas quer saber? Hoje não é mais ontem e eu tô com muito sono pra você.
E de 5 em 5 minutos, você não ligou. De 5 em 5 minutos, eu esperei até muito tarde. Tarde mesmo. Até passou da hora, de tão tarde que era, mas eu estava esperando mesmo assim.
O telefone tocou algumas vezes e em nenhuma delas era você.
Eu estava até preparada pra aceitar qualquer desculpinha que você tivesse inventado. Qualquer festa pra onde você foi arrastado, qualquer pití da fulaninha, qualquer passeio com o cachorro servia, mas nem isso aconteceu.
Eu teria te contado que quando virou meia noite eu estava fora e nem lembrei de comentar; teria te dito que quando eu acordei, não tava com cara de 16. Eu ia comentar sobre o churrasco; sobre o parabéns que eu tive que presenciar e sobre como eu fiquei roxa e morrendo de raiva. Isso se você tivesse ligado, é claro.
Sabe, eu passei o dia com as meninas e nem isso salvou o dia de ser broxante. É tudo culpa do domingo, sabe? Mas não que você tenha ligado pra perguntar, de qualquer jeito.
Tirei o avisinho de orkut e quase ninguem lembrou. Umas 12 pessoas, no máximo.
Mas você não ter ligado foi o pior de tudo.
Eu fiquei lendo o livro que eu ganhei (obrigada, vó) e fingindo que não estava esperando. Lá pelo capitulo 8, desisti de fingir e coloquei a celular do lado do travesseiro. Quando eu cheguei no capitulo 13, já eram 3h e nada de você.
"Ah, foda-se! Se não ligou até agora, não quero mais saber."
Eu fui dormir.
As 8:40, o telefone tocou. Finalmente. E era você.
Mas quer saber? Hoje não é mais ontem e eu tô com muito sono pra você.
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Questão de principios
Eu acho que eu nunca te disse o quanto eu gosto de você, não é? Bom, aqui está. Acho que você devia saber que vou sentir muito a sua falta, apesar de eu mesma não saber quanto é esse 'muito'.
É estranho pensar que eu vou sentir falta de alguma coisa que, até pouco tempo atrás, eu não sabia que eu fazia questão. Mas eu faço.
Aí está o problema. Eu faço questão de você.
Nunca achei que eu ia precisar de algo desse tipo e, realmente, eu não preciso. Mas ainda assim, é tão legal.
Cada 'se cuida' é alguma coisa e só o fato de você querer saber se eu fui já é o bastante. Também me agrada bastante o fato de você querer saber se eu vou, apesar de você próprio não poder ir.
Eu não ligo se você vai pra todos os lugares de chinelo e eu só uso tênis; não ligo se você odeia as musicas que eu escuto e eu nunca ouvi falar das suas bandas favoritas. E daí se você é a pessoa mais sociável que eu já vi e eu não consigo nem falar no telefone direito?
Apesar de você me deixar irritada de próposito, eu vou sentir falta disso também.
Não ligo se você vai contra tudo que eu acredito ou se eu sou totalmente errada pra você.
Só o fato de você se importar já é alguma coisa e isso é o bastante por agora.
É estranho pensar que eu vou sentir falta de alguma coisa que, até pouco tempo atrás, eu não sabia que eu fazia questão. Mas eu faço.
Aí está o problema. Eu faço questão de você.
Nunca achei que eu ia precisar de algo desse tipo e, realmente, eu não preciso. Mas ainda assim, é tão legal.
Cada 'se cuida' é alguma coisa e só o fato de você querer saber se eu fui já é o bastante. Também me agrada bastante o fato de você querer saber se eu vou, apesar de você próprio não poder ir.
Eu não ligo se você vai pra todos os lugares de chinelo e eu só uso tênis; não ligo se você odeia as musicas que eu escuto e eu nunca ouvi falar das suas bandas favoritas. E daí se você é a pessoa mais sociável que eu já vi e eu não consigo nem falar no telefone direito?
Apesar de você me deixar irritada de próposito, eu vou sentir falta disso também.
Não ligo se você vai contra tudo que eu acredito ou se eu sou totalmente errada pra você.
Só o fato de você se importar já é alguma coisa e isso é o bastante por agora.
sábado, 8 de novembro de 2008
Sobre bater e chamar de volta
No carro, com sono, eu comecei uma conversa sobre sei lá o que com a Laysa e a Izadora e acabei falando sobre amizades. Ah, que demodê.
Mas eu sei que as coisas podiam ter sido diferentes.
Eu podia ter preferido ficar em casa dormindo ao invés de levantar cedo todos os sábados pra ir pra São Paulo e aí, eu não ia rir da Laysa saindo de trás da porta no Magal e nem ia ficar horas no telefone com a Iza falando sobre coisa nenhuma. Eu não sei nem se eu ia falar com alguma das duas, a não ser nas quintas-feiras cordiais onde eu vou pro Metrópole e é aquele 'oi amor, que saudade. Como você está?' de sempre.
Ou se, sei lá, eu tivesse ficado no Pueri. Eu não ia ter os silêncios no carro que acabam assim que a gente põe o pé na escola. Eu não ia apontar pra meia das pessoas e ver a Carol rindo a risada da Eliana.
Mas foi do jeito que foi. Eu não falo mais inglês na sala de aula nem dou olhadas furtivas pra Fernanda quando tem 'macacos' no assunto.
Eu nunca prometi, no meio daquela efusividade de 'fim de 8ª série', que ia ser igual; que nada ia mudar, porque até uma retardada podia saber que as coisas iam sim mudar.
E sabe do que mais? As coisas vão mudar de novo.
O Ábaco, o teatro... Ta tudo acabando. A Mansão acaba daqui duas semanas, eu vou pra Nova Zelândia e a Raíssa vai pra FEI.
Não tenho a minima ideia do que vou fazer dia 29 de novembro, quando eu acordar no meu primeiro dia de férias. Eu sei que até o dia 28, eu vou enrolar o máximo pra não precisar estudar e vou sair da sala de prova, procurar as meninas e fazer comentarios sobre os resultados. Nos dois finais de semana que me sobraram, eu vou olhar pro relógio e ver que eu estou atrasada, vou correr pra arrumar minhas coisas e vou encontrar as três meninas com quem eu mais passei meu tempo nesse ano.
A partir do dia 29, eu estou no escuro. Não faço ideia do que vou fazer.
Ou melhor, eu sei que dia 09 de janeiro, eu vou pro lugar pra onde eu quero voltar desda ultima vez que eu saí de lá e sei que dia 28, enquanto todas as pessoas do Ábaco estiverem voltado pras salas de aula e pra Vera, eu vou estar num avião, indo pra Oceania.
Mas fora isso, meus dias estão em branco e eu posso jurar que, pelo menos por hoje, as coisas vão ser pra sempre.
Amanhã, eu talvez mude de idéia, mas hoje não. Hoje, eu tenho certeza que a Raissa vai estar no msn; sei que a Carol está na casa do lado; sei que a Izadora vai atender o telefone se eu ligar e sei que a Laysa vai estar comigo sempre quando eu precisar dela.
Pelo menos, por enquanto.
Mas eu sei que as coisas podiam ter sido diferentes.
Eu podia ter preferido ficar em casa dormindo ao invés de levantar cedo todos os sábados pra ir pra São Paulo e aí, eu não ia rir da Laysa saindo de trás da porta no Magal e nem ia ficar horas no telefone com a Iza falando sobre coisa nenhuma. Eu não sei nem se eu ia falar com alguma das duas, a não ser nas quintas-feiras cordiais onde eu vou pro Metrópole e é aquele 'oi amor, que saudade. Como você está?' de sempre.
Ou se, sei lá, eu tivesse ficado no Pueri. Eu não ia ter os silêncios no carro que acabam assim que a gente põe o pé na escola. Eu não ia apontar pra meia das pessoas e ver a Carol rindo a risada da Eliana.
Mas foi do jeito que foi. Eu não falo mais inglês na sala de aula nem dou olhadas furtivas pra Fernanda quando tem 'macacos' no assunto.
Eu nunca prometi, no meio daquela efusividade de 'fim de 8ª série', que ia ser igual; que nada ia mudar, porque até uma retardada podia saber que as coisas iam sim mudar.
E sabe do que mais? As coisas vão mudar de novo.
O Ábaco, o teatro... Ta tudo acabando. A Mansão acaba daqui duas semanas, eu vou pra Nova Zelândia e a Raíssa vai pra FEI.
Não tenho a minima ideia do que vou fazer dia 29 de novembro, quando eu acordar no meu primeiro dia de férias. Eu sei que até o dia 28, eu vou enrolar o máximo pra não precisar estudar e vou sair da sala de prova, procurar as meninas e fazer comentarios sobre os resultados. Nos dois finais de semana que me sobraram, eu vou olhar pro relógio e ver que eu estou atrasada, vou correr pra arrumar minhas coisas e vou encontrar as três meninas com quem eu mais passei meu tempo nesse ano.
A partir do dia 29, eu estou no escuro. Não faço ideia do que vou fazer.
Ou melhor, eu sei que dia 09 de janeiro, eu vou pro lugar pra onde eu quero voltar desda ultima vez que eu saí de lá e sei que dia 28, enquanto todas as pessoas do Ábaco estiverem voltado pras salas de aula e pra Vera, eu vou estar num avião, indo pra Oceania.
Mas fora isso, meus dias estão em branco e eu posso jurar que, pelo menos por hoje, as coisas vão ser pra sempre.
Amanhã, eu talvez mude de idéia, mas hoje não. Hoje, eu tenho certeza que a Raissa vai estar no msn; sei que a Carol está na casa do lado; sei que a Izadora vai atender o telefone se eu ligar e sei que a Laysa vai estar comigo sempre quando eu precisar dela.
Pelo menos, por enquanto.
terça-feira, 4 de novembro de 2008
Discurso indireto livre
Hoje é sexta e todo mundo acha que já e sábado e eu sei que na segunda, as pessoas vão achar que ainda é domingo.
A Mai esta ouvindo musica e lendo. Pois é, ela esta lendo. A Arih também. Eu acho que esta funcionando.
O Lula Molusco esta na porta, tão bonitinho... Mas eu nem sei porque eu falei disso.
A Nathália esta correndo atrás do Fabio gritando 'Binhoso! Binhoso!' e ele, que aprendeu a escapar dela, esta enxendo o saco da Vivi que, a qualquer momento, vai gritar "Pára Fabio!". O Edson esta dormindo, ou será que ele morreu? Eu heim, que brincadeira idiota...
Numa hora dessa, a Laysa deve estar gravando um video onde ela se transforma do Bruno ou na Bruxa Má do Leste, mas eu não posso ter certeza. Talvez eu ligue pra ela mais tarde ou talvez eu só esqueça.
O que será que a Fê esta fazendo agora? Bom, sei lá, mas eu imagino que a Livia esteja desenhando uma menina com peitos grandes e cintura fina, ao invés de estar prestando atenção na aula. É a cara dela.
No chão, dormindo, com a calcinha de fora, ta a Mari. Pelo menos ela não esta cantando...
A Carol esta sentada no chão, ouvindo alguma musica velha do Ipod dela. Deve ser NSync ou Twixter. Ela tem uma fixação pelo Twiter, sabe.
"Take your sweet, sweet time". Falando em musica velha....
Pensando bem, acho que vou ligar pra Camila. Mas eu vou falar o que? Eu nunca sei o que falar pra ela. Nem no site da Melissa eu tenho entrado ultimamente, então não vou poder nem começar uma conversa animada sobre o novo modelo flocado que saiu. Eu podia ligar pra dizer 'Oi, to com saudades, aparece qualquer hora', mas isso não tem a minha cara.
Gente! Eu nunca entendo o que o Felipe fala. Ele baba demais e respira de menos.
Será que na Nova Zelândia as pessoas falam rapido assim? Porque, se falarem, eu estou encrencada. Bom, daqui 80 dias eu descubro. Uau! 80 dias!
O Frabetti ta macacando pela sala, rindo do que o Marcelo falou. Alguma coisa sobre um 'patchênho'...ou será que era um 'gatchênho'?
o Jhara beijou a nuca do Alan, que estava dormindo (mas quando é que o Alana não esta dormindo?). Ele levantou a cabeça e disse "Vai tomar no cú, seu homossexual!". Ué, mas o Alan não falou que era bi? O Vitor ouviu e gritou 'ihááá!'. Ai Deus, ele é tão pequeno....
A Fernanda perguntou porque o Fabio saiu da roda. "Porque o meu pênis está doendo", ele disse. O Fabio, sempre educado.
Do canto da sala, eu percebi que não vai sair nada produtivo disso aqui, então vou estudar redação. Ai caramba! A prova de redação é na proxima aula. Ê beleza...
A Mai esta ouvindo musica e lendo. Pois é, ela esta lendo. A Arih também. Eu acho que esta funcionando.
O Lula Molusco esta na porta, tão bonitinho... Mas eu nem sei porque eu falei disso.
A Nathália esta correndo atrás do Fabio gritando 'Binhoso! Binhoso!' e ele, que aprendeu a escapar dela, esta enxendo o saco da Vivi que, a qualquer momento, vai gritar "Pára Fabio!". O Edson esta dormindo, ou será que ele morreu? Eu heim, que brincadeira idiota...
Numa hora dessa, a Laysa deve estar gravando um video onde ela se transforma do Bruno ou na Bruxa Má do Leste, mas eu não posso ter certeza. Talvez eu ligue pra ela mais tarde ou talvez eu só esqueça.
O que será que a Fê esta fazendo agora? Bom, sei lá, mas eu imagino que a Livia esteja desenhando uma menina com peitos grandes e cintura fina, ao invés de estar prestando atenção na aula. É a cara dela.
No chão, dormindo, com a calcinha de fora, ta a Mari. Pelo menos ela não esta cantando...
A Carol esta sentada no chão, ouvindo alguma musica velha do Ipod dela. Deve ser NSync ou Twixter. Ela tem uma fixação pelo Twiter, sabe.
"Take your sweet, sweet time". Falando em musica velha....
Pensando bem, acho que vou ligar pra Camila. Mas eu vou falar o que? Eu nunca sei o que falar pra ela. Nem no site da Melissa eu tenho entrado ultimamente, então não vou poder nem começar uma conversa animada sobre o novo modelo flocado que saiu. Eu podia ligar pra dizer 'Oi, to com saudades, aparece qualquer hora', mas isso não tem a minha cara.
Gente! Eu nunca entendo o que o Felipe fala. Ele baba demais e respira de menos.
Será que na Nova Zelândia as pessoas falam rapido assim? Porque, se falarem, eu estou encrencada. Bom, daqui 80 dias eu descubro. Uau! 80 dias!
O Frabetti ta macacando pela sala, rindo do que o Marcelo falou. Alguma coisa sobre um 'patchênho'...ou será que era um 'gatchênho'?
o Jhara beijou a nuca do Alan, que estava dormindo (mas quando é que o Alana não esta dormindo?). Ele levantou a cabeça e disse "Vai tomar no cú, seu homossexual!". Ué, mas o Alan não falou que era bi? O Vitor ouviu e gritou 'ihááá!'. Ai Deus, ele é tão pequeno....
A Fernanda perguntou porque o Fabio saiu da roda. "Porque o meu pênis está doendo", ele disse. O Fabio, sempre educado.
Do canto da sala, eu percebi que não vai sair nada produtivo disso aqui, então vou estudar redação. Ai caramba! A prova de redação é na proxima aula. Ê beleza...
domingo, 26 de outubro de 2008
Teoria da relatividade
Caio,
Eu podia muito bem falar isso tudo pessoalmente, mas assim é mais facil pra mim. Evitar contato visual sempre me ajuda.
Eu não sei bem dizer quando aconteceu, mas eu meio que cansei, sabe?
Não me entenda mal, eu ainda te quero por perto e ainda acredito em tudo o que você me disse, é só que... Sei lá.
Um dia eu olhei pra você e percebi que eu podia querer muito mais do que 'ficar com você pra sempre'.
Eu posso não ser um gênio da física, mas até onde eu sei, a relatividade do tempo ainda não foi descoberta e isso quer dizer que 'pra sempre' continua sendo tempo pra caramba.
Só não quero prometer o que eu sei que não vou cumprir.
Mas também, não sei o porquê dessa pressa das pessoas. Ah, que ódio. Por que você não pode simplismente gostar de alguém agora e isso ser o bastante, só pra agora?
Não. Tudo tem que durar, ser pra sempre. Cada namorado tem que ser 'o eterno' mesmo que você vá terminar com ele dois meses depois porque não aguenta mais fazer o coitado de trouxa.
Me chame de discrente se quiser, mas eu não acho que eu vá amar alguém pra sempre. Nem mesmo você ou até, quem sabe, principalmente você.
Com o tempo, eu vou descobrir que você tem pé de atleta, vou odiar o jeito como você dirige o meu carro e vou ter preguiça dos seus amigos metido à engraçadinhos enquanto você vai se irritar com a minha mania de tentar adivinhar as falas dos filmes, vai descobrir que eu passo horas secando o cabelo e vai morrer de ódio do meu silêncio pela manhã. Pois é, a gente vai sair do prazo de validade dos relacionamentos.
Mas isso é mais um aviso do que uma conversa. Eu não quero discutir isso com você, só quero expor meu ponto de vista e dizer que se estiver bom pra você, por mim tudo bem
Por enquanto, você ainda é o cara mais legal que eu já conheci. Por enquanto, eu olho pros outros caras e penso 'hum, esse cara não é tão engraçado quanto o Caio' ou 'Ele não tem aquele sorriso torto do Caio que eu gosto tanto' e várias outras coisas que eu procuro nas pessoas e só acho em você.
Mas se você quiser, eu posso mentir por você. Quando eu achar um defeito seu ou até alguma coisa que eu preferia no meu ex ou no cara que mora no bloco B, eu vou mentir pras pessoas e continuar dizendo que você foi a melhor coisa que já me aconteceu.
Isso se você quiser, é claro.
Com Amor,
Clara
Eu podia muito bem falar isso tudo pessoalmente, mas assim é mais facil pra mim. Evitar contato visual sempre me ajuda.
Eu não sei bem dizer quando aconteceu, mas eu meio que cansei, sabe?
Não me entenda mal, eu ainda te quero por perto e ainda acredito em tudo o que você me disse, é só que... Sei lá.
Um dia eu olhei pra você e percebi que eu podia querer muito mais do que 'ficar com você pra sempre'.
Eu posso não ser um gênio da física, mas até onde eu sei, a relatividade do tempo ainda não foi descoberta e isso quer dizer que 'pra sempre' continua sendo tempo pra caramba.
Só não quero prometer o que eu sei que não vou cumprir.
Mas também, não sei o porquê dessa pressa das pessoas. Ah, que ódio. Por que você não pode simplismente gostar de alguém agora e isso ser o bastante, só pra agora?
Não. Tudo tem que durar, ser pra sempre. Cada namorado tem que ser 'o eterno' mesmo que você vá terminar com ele dois meses depois porque não aguenta mais fazer o coitado de trouxa.
Me chame de discrente se quiser, mas eu não acho que eu vá amar alguém pra sempre. Nem mesmo você ou até, quem sabe, principalmente você.
Com o tempo, eu vou descobrir que você tem pé de atleta, vou odiar o jeito como você dirige o meu carro e vou ter preguiça dos seus amigos metido à engraçadinhos enquanto você vai se irritar com a minha mania de tentar adivinhar as falas dos filmes, vai descobrir que eu passo horas secando o cabelo e vai morrer de ódio do meu silêncio pela manhã. Pois é, a gente vai sair do prazo de validade dos relacionamentos.
Mas isso é mais um aviso do que uma conversa. Eu não quero discutir isso com você, só quero expor meu ponto de vista e dizer que se estiver bom pra você, por mim tudo bem
Por enquanto, você ainda é o cara mais legal que eu já conheci. Por enquanto, eu olho pros outros caras e penso 'hum, esse cara não é tão engraçado quanto o Caio' ou 'Ele não tem aquele sorriso torto do Caio que eu gosto tanto' e várias outras coisas que eu procuro nas pessoas e só acho em você.
Mas se você quiser, eu posso mentir por você. Quando eu achar um defeito seu ou até alguma coisa que eu preferia no meu ex ou no cara que mora no bloco B, eu vou mentir pras pessoas e continuar dizendo que você foi a melhor coisa que já me aconteceu.
Isso se você quiser, é claro.
Com Amor,
Clara
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Faixa 02
Mais uma vez, eu acho as folhas jogadas no canto do meu quarto e fico inquieta. Por que ver papel jogado me deixa tão encomodada se eu sei que vou acabar escrevendo alguma coisa que, provavelmente, eu estava evitando até mesmo pensar sobre?
Mas perdido por um, perdido por mil.
Acabei admitindo pra mim mesma que eu não tenho auto-controle, como você sempre disse. Eu tenho medo. Medo de começar uma briga que eu sei que podia ter evitado, porque eu não quero me desgastar e, por mais que eu fale que não, as vezes eu fico imaginando o que as pessoas pensam. E elas pensam muitas coisas.
Apesar do meu medo recem-assumido, você devia estar orgulhoso de mim. No ultimo feriado, eu passei na frente daquela casa. Aquela que a gente jurava que era mal-assombrada. Já perdi a conta de quantas vezes eu tive que entrar naquela casa por ter escolhido 'desafio' ao invés de 'verdade'. Eu e o meu medo de falar.
- Sem lanterna. 5 minutos lá dentro.
Cinco minutos sozinha lá dentro? Era isso que eu pensava cada vez que eu tinha que entrar naquele lugar, mas eu não falava nada. Eu só fazia cara de forte e entrava.
Lembro da disposição dos móveis. As cadeiras viradas de ponta cabeça em cima da mesa, no canto da sala; o sofá velho com molas saltadas; a escada em aspiral no fundo e o pior de tudo, os quadros. Deus, como eu morria de medo daqueles quadros! Até do cheiro eu meio que lembro. Cheiro de coisa velha, obviamente.
Eu ficava encolhida no mesmo canto, apertando o botão 'light' do meu relógio digital e ficava esperando os 5 minutos passarem rápido. Era aí que eu sentia a mão no meu ombro.
Depois de voltar a respirar, eu tomava coragem pra ver quem era (Mentira. Era pura curiosidade) e achava você, rindo da minha cara.
- Eu sabia que você ia estar encolhida aqui. Nunca vai perder o medo desse lugar?
- Acho que não.
E você ficava lá comigo, esperando os cinco minutos passarem e quando isso acontecia, eu saía pela janela da frente e você dava a volta pelo quintal.
Pois é, eu lembro disso.
Lembro de muita coisa daquelas férias. Lembro até das musicas que tocavam na rádio naquele janeiro. Inclusive, lembro da musica que me lembrava você.
Um dia desses, eu estava excluindo do meu computador as musicas que eu não ouço mais, pra ter mais espaço, quando vi uma pasta que eu nem sabia que existia. Todas as musicas e todos os cantores eram desconhecidos.
Fui ouvir todas pra ver se eu queria ou não deletar alguma. De repente, quando a Faixa 02 começa, eu lembro de você.
- Meu Deus! Devem fazer uns 30 cd's que eu não te vejo.
Mas a música sempre vai ser aquela que tocou em janeiro daquele ano e você sempre vai ser o hit daquelas férias.
Mas perdido por um, perdido por mil.
Acabei admitindo pra mim mesma que eu não tenho auto-controle, como você sempre disse. Eu tenho medo. Medo de começar uma briga que eu sei que podia ter evitado, porque eu não quero me desgastar e, por mais que eu fale que não, as vezes eu fico imaginando o que as pessoas pensam. E elas pensam muitas coisas.
Apesar do meu medo recem-assumido, você devia estar orgulhoso de mim. No ultimo feriado, eu passei na frente daquela casa. Aquela que a gente jurava que era mal-assombrada. Já perdi a conta de quantas vezes eu tive que entrar naquela casa por ter escolhido 'desafio' ao invés de 'verdade'. Eu e o meu medo de falar.
- Sem lanterna. 5 minutos lá dentro.
Cinco minutos sozinha lá dentro? Era isso que eu pensava cada vez que eu tinha que entrar naquele lugar, mas eu não falava nada. Eu só fazia cara de forte e entrava.
Lembro da disposição dos móveis. As cadeiras viradas de ponta cabeça em cima da mesa, no canto da sala; o sofá velho com molas saltadas; a escada em aspiral no fundo e o pior de tudo, os quadros. Deus, como eu morria de medo daqueles quadros! Até do cheiro eu meio que lembro. Cheiro de coisa velha, obviamente.
Eu ficava encolhida no mesmo canto, apertando o botão 'light' do meu relógio digital e ficava esperando os 5 minutos passarem rápido. Era aí que eu sentia a mão no meu ombro.
Depois de voltar a respirar, eu tomava coragem pra ver quem era (Mentira. Era pura curiosidade) e achava você, rindo da minha cara.
- Eu sabia que você ia estar encolhida aqui. Nunca vai perder o medo desse lugar?
- Acho que não.
E você ficava lá comigo, esperando os cinco minutos passarem e quando isso acontecia, eu saía pela janela da frente e você dava a volta pelo quintal.
Pois é, eu lembro disso.
Lembro de muita coisa daquelas férias. Lembro até das musicas que tocavam na rádio naquele janeiro. Inclusive, lembro da musica que me lembrava você.
Um dia desses, eu estava excluindo do meu computador as musicas que eu não ouço mais, pra ter mais espaço, quando vi uma pasta que eu nem sabia que existia. Todas as musicas e todos os cantores eram desconhecidos.
Fui ouvir todas pra ver se eu queria ou não deletar alguma. De repente, quando a Faixa 02 começa, eu lembro de você.
- Meu Deus! Devem fazer uns 30 cd's que eu não te vejo.
Mas a música sempre vai ser aquela que tocou em janeiro daquele ano e você sempre vai ser o hit daquelas férias.
sábado, 16 de agosto de 2008
Rua das Orquideas
Sabe tudo aquilo que você me falou antes? Eu quero ver você falar isso agora...
Lá estava eu, do alto do meu 1,92, me sentindo pequeno na sua frente.
Você mexeu no cabelo e eu pensei 'o-ou, aí tem coisa'. Quando você me olhou, eu sabia que você ia dizer 'A gente precisa conversar'.
- Eu preciso falar com você.
Droga, errei por pouco. Mas mesmo assim, ainda tinha alguma coisa errada.
Enquanto você respirava fundo, eu reparei como os seus olhos estavam escuros. Eles sempre escurecem quando você esta nervosa. Era sério.
Não sei quanto tempo fiquei tentando imaginar sobre o que seria aquela conversa e quando percebi, você estava olhando pra mim:
- No que você esta pensando?
- Eu estou exatamente tentando adivinhar o que você esta pensando.
- Acredite, você não ia querer saber.
- Eu sempre quero saber o que você esta pensando. As vezes, eu tenho até dor de cabeça só de imaginar que eu não consigo saber o que você esta pensando, por mais que eu tente.
Você abaixou a cabeça e colocou a mão na testa, em sinal de preocupação. Esse gesto, por mais simples que fosse, me deixou em estado de alerta.
- Você não devia dizer essas coisas...- sua voz falhou.
- Se você quiser, eu não falo.
Era sempre assim. Você falava, eu concordava. Era mais forte que eu.
- Você não enxerga, não é? Não percebe que isso aqui - você apontava para mim e de volta para seu próprio peito - faz mal pra você? Eu nunca achei que você ia levar essa história tão longe.
- Quando você diz "essa história", você não esta se referindo...? - Não terminei a frase. Não consegui.
- Nós dois. Isso aqui não vai parar em lugar nenhum e você sabe disso. Sabe que eu não sou pra você e que você não é pra mim.
Eu estava desesperado por dentro. Eu queria gritar, eu queria correr. Mas respirei fundo e fingi ter calma.
- Se você não é pra mim, então quem é?
- Alguém.
- Alguém quem?
- Só alguém. Alguém que você ainda nem conheceu ou quem sabe, alguém que você já conhece e nem faz idéia. Mas acredite, existe alguém.
- E você, como fica nisso tudo?
- Aqui, onde eu sempre estive. Não vai mudar nada.
- Claro que vai! Sempre muda. Nunca é a mesma coisa.
- É, você tem razão... Nunca é a mesma coisa. Mas, quem sabe, seja disso que a gente precise. De mudanças.
Naquele exato momento, eu podia ter simplismente ter ficado quieto. Eu fiz menção de ir embora, mas não consegui. Aquilo ainda não tinha acabado.
- Eu não quero mudar. Esta tudo do jeito que eu queria que fosse!
Você bufou, parecendo cansada de tudo aquilo.
- É isso que me irrita em você, sabia?
- Isso o que?
- Esse seu conformismo, essa sua mania de que esta tudo sempre bom do jeito que esta.
Abaxei a cabeça. Não esperava por essa.
- Não sabia que te encomodava.
Quando levantei a cabeça, você sorria pra mim. Tão pequena.. Você sempre foi tão pequena assim?
- Sabe, quando eu te conheci, tinha certeza de que, independente de qualquer coisa, eu te teria pra sempre na minha vida. E vice-versa.
Você ainda sorria pra mim enquanto eu te olhava confuso.
- E você acertou?
- Bom, eu ainda estou aqui, certo?
______________________
qualquer semelhança é mera coincidência.
Lá estava eu, do alto do meu 1,92, me sentindo pequeno na sua frente.
Você mexeu no cabelo e eu pensei 'o-ou, aí tem coisa'. Quando você me olhou, eu sabia que você ia dizer 'A gente precisa conversar'.
- Eu preciso falar com você.
Droga, errei por pouco. Mas mesmo assim, ainda tinha alguma coisa errada.
Enquanto você respirava fundo, eu reparei como os seus olhos estavam escuros. Eles sempre escurecem quando você esta nervosa. Era sério.
Não sei quanto tempo fiquei tentando imaginar sobre o que seria aquela conversa e quando percebi, você estava olhando pra mim:
- No que você esta pensando?
- Eu estou exatamente tentando adivinhar o que você esta pensando.
- Acredite, você não ia querer saber.
- Eu sempre quero saber o que você esta pensando. As vezes, eu tenho até dor de cabeça só de imaginar que eu não consigo saber o que você esta pensando, por mais que eu tente.
Você abaixou a cabeça e colocou a mão na testa, em sinal de preocupação. Esse gesto, por mais simples que fosse, me deixou em estado de alerta.
- Você não devia dizer essas coisas...- sua voz falhou.
- Se você quiser, eu não falo.
Era sempre assim. Você falava, eu concordava. Era mais forte que eu.
- Você não enxerga, não é? Não percebe que isso aqui - você apontava para mim e de volta para seu próprio peito - faz mal pra você? Eu nunca achei que você ia levar essa história tão longe.
- Quando você diz "essa história", você não esta se referindo...? - Não terminei a frase. Não consegui.
- Nós dois. Isso aqui não vai parar em lugar nenhum e você sabe disso. Sabe que eu não sou pra você e que você não é pra mim.
Eu estava desesperado por dentro. Eu queria gritar, eu queria correr. Mas respirei fundo e fingi ter calma.
- Se você não é pra mim, então quem é?
- Alguém.
- Alguém quem?
- Só alguém. Alguém que você ainda nem conheceu ou quem sabe, alguém que você já conhece e nem faz idéia. Mas acredite, existe alguém.
- E você, como fica nisso tudo?
- Aqui, onde eu sempre estive. Não vai mudar nada.
- Claro que vai! Sempre muda. Nunca é a mesma coisa.
- É, você tem razão... Nunca é a mesma coisa. Mas, quem sabe, seja disso que a gente precise. De mudanças.
Naquele exato momento, eu podia ter simplismente ter ficado quieto. Eu fiz menção de ir embora, mas não consegui. Aquilo ainda não tinha acabado.
- Eu não quero mudar. Esta tudo do jeito que eu queria que fosse!
Você bufou, parecendo cansada de tudo aquilo.
- É isso que me irrita em você, sabia?
- Isso o que?
- Esse seu conformismo, essa sua mania de que esta tudo sempre bom do jeito que esta.
Abaxei a cabeça. Não esperava por essa.
- Não sabia que te encomodava.
Quando levantei a cabeça, você sorria pra mim. Tão pequena.. Você sempre foi tão pequena assim?
- Sabe, quando eu te conheci, tinha certeza de que, independente de qualquer coisa, eu te teria pra sempre na minha vida. E vice-versa.
Você ainda sorria pra mim enquanto eu te olhava confuso.
- E você acertou?
- Bom, eu ainda estou aqui, certo?
______________________
qualquer semelhança é mera coincidência.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
We both know
"If you wanna play it like a game; Well, C'mon, c'mon, let's play"
Ela segurava um livro nas mãos. Passava o tempo fingindo ler.
Ficava cada vez mais escuro lá fora e as palavras, que se recusavam a fazer sentido, formando uma frase, ficavam cada vez mais difíceis de ler, por causa da noite, que estava vindo.
Olhou no relógio, mais uma vez.
Talvez, só talvez, a tarde já tivesse acabado. Quem sabe, já era de noite.
Quanto mais escuro ficava, mais aliviada ela se sentia.
Ele tinha dito que seria pela tarde. Naquela tarde.
Era por isso que não conseguia ler.
Ela tinha torcido para que a manhã se esticasse o máximo e, quando olhou no relógio e viu que eram 2h, passou cada segundo preocupada. Seria a qualquer momento. A qualquer hora, ele iria entrar pela porta da frente.
Respirou aliviada. 8h.
Ele não ia aparecer mais.
E ela não seria obrigada a passar por aquilo. Pelo menos, não hoje.
Ela segurava um livro nas mãos. Passava o tempo fingindo ler.
Ficava cada vez mais escuro lá fora e as palavras, que se recusavam a fazer sentido, formando uma frase, ficavam cada vez mais difíceis de ler, por causa da noite, que estava vindo.
Olhou no relógio, mais uma vez.
Talvez, só talvez, a tarde já tivesse acabado. Quem sabe, já era de noite.
Quanto mais escuro ficava, mais aliviada ela se sentia.
Ele tinha dito que seria pela tarde. Naquela tarde.
Era por isso que não conseguia ler.
Ela tinha torcido para que a manhã se esticasse o máximo e, quando olhou no relógio e viu que eram 2h, passou cada segundo preocupada. Seria a qualquer momento. A qualquer hora, ele iria entrar pela porta da frente.
Respirou aliviada. 8h.
Ele não ia aparecer mais.
E ela não seria obrigada a passar por aquilo. Pelo menos, não hoje.
domingo, 22 de junho de 2008
I'm just as scared as you
Fazia muito tempo desde a ultima vez que ela tinha chorado de qualquer jeito, isso era fato. Mas essa foi a primeira vez, desde que conseguia se lembrar, que estava chorando por ela mesma.
(...)
Seu pai entrou no banheiro ."Pra que esse choro todo?".
-Não sei - ela respondeu.
Mas a resposta era: Ela estava apavorada. Estava morrendo de medo de não agüentar, de ser fraca demais.
(...)
É como o Rica diz: "você tem que esta atento porque a qualquer hora, o teto pode cair na sua cabeça".
________________________________
Criando teias (?)
(...)
Seu pai entrou no banheiro ."Pra que esse choro todo?".
-Não sei - ela respondeu.
Mas a resposta era: Ela estava apavorada. Estava morrendo de medo de não agüentar, de ser fraca demais.
(...)
É como o Rica diz: "você tem que esta atento porque a qualquer hora, o teto pode cair na sua cabeça".
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Criando teias (?)
domingo, 18 de maio de 2008
Primeira fase
Téctéctéctéctéctéctéctéctéc...
"Porra, que barulho chato". Era isso que eu pensava enquanto ia pulando muitas questões da prova.
Pois é. Cheguei na escola onde o encontro foi marcado. Primeira etapa do processo de seleção para o intercâmbio. Minha mãe olhou para a representante.
- Só ela fica?
A mulher confirmou com a cabeça e minha mãe foi embora. SIM, ELA FOI.
Ok, estou tranquila.
Sentei numa poltrona e fiquei observando uma familia. O filho estava todo agitado, olhando documentos numa pasta. Opa! Documentos? Não sabia que era pra trazer documento nenhum...
- Vai pra onde?
A mãe do garoto começa a conversar comigo. Falamos sobre o intercâmbio, sobre a experiência que isso traria e todos os assuntos relativos a isso.
No meio da conversa, a representante avisa que a reunião vai começar.
Todas as familias e eu, numa sala de aula pequena, onde duas pessoas explicam o básico sobre a ong de intercâmbio. Opa, de novo! Por que todo mundo trouxe uma caneta? Droga, vim despreparada!
- Agora os pais vão ficar aqui conversando comigo enquanto os jovens vão fazer a prova na outra sala, ok?
PROVA? QUE PROVA?
Para minha sorte, um menino tinha uma caneta a mais. Droga, não sabia que eu ia ter que fazer uma prova !
A primeira parte é sobre conhecimentos gerais. Ó DEUS! téctéctéctéctéctéctéctéctéc...
"Porra, que barulho chato". Era isso que eu pensava enquanto ia pulando muitas questões da prova.
Qual é a capitão do Afeganistão?
Com quantos paus se faz uma jangada japonesa? COMO EU VOU SABER?
A segunda parte é uma redação: Quem é você e por que você quer fazer intercâmbio?
"Meu nome é Marina, tenho 15 anos e provavelmente não fui muito bem na parte I dessa prova...". Sim, esse foi só o começo. Imagine o resto da prova.
Agora é só multipla escolha, ok, eu consigo.
Quando acabei a prova, fiquei esperando a entrevista.
Depois de muita conversa jogada fora com um dos candidatos, chegou minha vez.
- Por que você acha que a AFS deve escolher você?
Eu queria gritar. Ah, como eu queria.
Por que eu? O que eu realmente tenho de especial? Nada. Eu sou comum. Me misturo na multidão.
Mas é claro que não foi isso que eu respondi.
No final da entrevista, quando eu achava que a minha agonia tinha acabado, eu comecei a conversar com um outro candidato.
- E ai, quantas capitais você respondeu?
- Ah, só deixei duas em branco. Respondi todo o resto.
Que merda. Me ferrei.
Só para que você saiba, a capital do Afeganistão é Cabul.
"Porra, que barulho chato". Era isso que eu pensava enquanto ia pulando muitas questões da prova.
Pois é. Cheguei na escola onde o encontro foi marcado. Primeira etapa do processo de seleção para o intercâmbio. Minha mãe olhou para a representante.
- Só ela fica?
A mulher confirmou com a cabeça e minha mãe foi embora. SIM, ELA FOI.
Ok, estou tranquila.
Sentei numa poltrona e fiquei observando uma familia. O filho estava todo agitado, olhando documentos numa pasta. Opa! Documentos? Não sabia que era pra trazer documento nenhum...
- Vai pra onde?
A mãe do garoto começa a conversar comigo. Falamos sobre o intercâmbio, sobre a experiência que isso traria e todos os assuntos relativos a isso.
No meio da conversa, a representante avisa que a reunião vai começar.
Todas as familias e eu, numa sala de aula pequena, onde duas pessoas explicam o básico sobre a ong de intercâmbio. Opa, de novo! Por que todo mundo trouxe uma caneta? Droga, vim despreparada!
- Agora os pais vão ficar aqui conversando comigo enquanto os jovens vão fazer a prova na outra sala, ok?
PROVA? QUE PROVA?
Para minha sorte, um menino tinha uma caneta a mais. Droga, não sabia que eu ia ter que fazer uma prova !
A primeira parte é sobre conhecimentos gerais. Ó DEUS! téctéctéctéctéctéctéctéctéc...
"Porra, que barulho chato". Era isso que eu pensava enquanto ia pulando muitas questões da prova.
Qual é a capitão do Afeganistão?
Com quantos paus se faz uma jangada japonesa? COMO EU VOU SABER?
A segunda parte é uma redação: Quem é você e por que você quer fazer intercâmbio?
"Meu nome é Marina, tenho 15 anos e provavelmente não fui muito bem na parte I dessa prova...". Sim, esse foi só o começo. Imagine o resto da prova.
Agora é só multipla escolha, ok, eu consigo.
Quando acabei a prova, fiquei esperando a entrevista.
Depois de muita conversa jogada fora com um dos candidatos, chegou minha vez.
- Por que você acha que a AFS deve escolher você?
Eu queria gritar. Ah, como eu queria.
Por que eu? O que eu realmente tenho de especial? Nada. Eu sou comum. Me misturo na multidão.
Mas é claro que não foi isso que eu respondi.
No final da entrevista, quando eu achava que a minha agonia tinha acabado, eu comecei a conversar com um outro candidato.
- E ai, quantas capitais você respondeu?
- Ah, só deixei duas em branco. Respondi todo o resto.
Que merda. Me ferrei.
Só para que você saiba, a capital do Afeganistão é Cabul.
domingo, 11 de maio de 2008
A todos que não foram e não ligaram
Bom, você não foi. E não ligou. A mim, só restou lamentar a sua falta de educação. Imaginando motivos possíveis. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?
Estou confusa, claro. Achava que você iria.
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia. Qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi.
Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, num suspiro. Para cada sensatez de sua parte, numa loucura específica da minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria. Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma.
Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri todas as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação.
Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, e tudo. Mas você não ligou.
Mando esta carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, em coisa alguma, nesta vida, para ser sincera. No que se refere a você, especialmente, porque o vazio do seu sumiço já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje. Não quero um retorno; quis, um dia, uma ida. Que não aconteceu, assim deixemos para lá.
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas um idiota que esqueceu de ir?
(Fernanda Young)
Estou confusa, claro. Achava que você iria.
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia. Qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi.
Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, num suspiro. Para cada sensatez de sua parte, numa loucura específica da minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria. Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma.
Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri todas as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação.
Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, e tudo. Mas você não ligou.
Mando esta carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, em coisa alguma, nesta vida, para ser sincera. No que se refere a você, especialmente, porque o vazio do seu sumiço já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje. Não quero um retorno; quis, um dia, uma ida. Que não aconteceu, assim deixemos para lá.
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas um idiota que esqueceu de ir?
(Fernanda Young)
segunda-feira, 21 de abril de 2008
Memória não-seletiva
Eu estou te esquecendo.
Quando eu digo isso, não me refiro a esquecer do tipo " Baby, I've got to get over you ".
Eu quero dizer esquecer mesmo, tipo não lembrar.
Agora sim, é hora de você começar a se preocupar comigo.
A imagem que eu tenho na minha cabeça esta ficando cada vez mais borrada. Eu tento me prender nas coisas velhas. Eu lembro da sua risada, dos pedaços de morango no sorvete, mas não lembro de você.
Você esta parecendo os personagens dos livros que eu vivo lendo. Eu consigo ver os olhos, o cabelo, o sorriso ou qualquer parte que seja mencionada mas eu não consigo mais te juntar numa coisa sólida.
Eu estou perdendo você de vista.
Apesar de saber que você não mudou de lugar e eu também não, a distância esta aumentando o tempo todo.
O meu maior medo é que esse "longe" que a gente vive todo dia acabe virando "longe demais".
Quando eu digo isso, não me refiro a esquecer do tipo " Baby, I've got to get over you ".
Eu quero dizer esquecer mesmo, tipo não lembrar.
Agora sim, é hora de você começar a se preocupar comigo.
A imagem que eu tenho na minha cabeça esta ficando cada vez mais borrada. Eu tento me prender nas coisas velhas. Eu lembro da sua risada, dos pedaços de morango no sorvete, mas não lembro de você.
Você esta parecendo os personagens dos livros que eu vivo lendo. Eu consigo ver os olhos, o cabelo, o sorriso ou qualquer parte que seja mencionada mas eu não consigo mais te juntar numa coisa sólida.
Eu estou perdendo você de vista.
Apesar de saber que você não mudou de lugar e eu também não, a distância esta aumentando o tempo todo.
O meu maior medo é que esse "longe" que a gente vive todo dia acabe virando "longe demais".
domingo, 6 de abril de 2008
Tirando a poeira
Eu vejo o jeito com que eu lido com as coisas (ou tento) e percebo como estou prestes a explodir.
Estamos em abril e eu ainda me enxergo como a novata perdida na escola nova.
Todos os professores e orientadores querem que eu saiba, no minimo, o máximo. Eu preciso entender em 50 minutos todo o conhecimento de milênios, estando subentendido em cada frase que minha 'vida adulta' depende daquilo.
Meus pais me proibem de fazer muitas coisas porque eu sou muito nova pra saber o que eu quero e que isso pode prejudicar meu futuro.
Futuro. Até o dia da minha morte, eu vou ter um.
E eu não quero não fazer as coisas agora só por ter medo do futuro.
O futuro que todo mundo fala não vai chegar, porque quando ele chega, vira presente e o presente vira passado. Blá Blá Blá.
Mas eu tenho medo sim. Tenho medo de escolher errado agora e fazer com que o meu 'futuro-presente' não seja do jeito que eu quero. Tenho medo de pensar muito e fazer pouco; tenho medo de pensar demais e explodir. Meu medo é grande e, as vezes, eu não sei onde colocar tanto medo.
Achava que era a unica que pensava assim, mas quando olhei melhor, percebi que, nesse mundo entulhado de gente, com certeza existe alguém que divide das mesmas ideias que eu e percebi que achar que as minhas ideias eram tão minhas que ninguem as teria é uma coisa meio egoista demais.
O mundo que eu criei, com esses pensamentos, entre outros, existe em algum lugar. Talvez ele esteja bem longe do seu, ou talvez você esteja mais proximo dele do que imagina.
Estamos em abril e eu ainda me enxergo como a novata perdida na escola nova.
Todos os professores e orientadores querem que eu saiba, no minimo, o máximo. Eu preciso entender em 50 minutos todo o conhecimento de milênios, estando subentendido em cada frase que minha 'vida adulta' depende daquilo.
Meus pais me proibem de fazer muitas coisas porque eu sou muito nova pra saber o que eu quero e que isso pode prejudicar meu futuro.
Futuro. Até o dia da minha morte, eu vou ter um.
E eu não quero não fazer as coisas agora só por ter medo do futuro.
O futuro que todo mundo fala não vai chegar, porque quando ele chega, vira presente e o presente vira passado. Blá Blá Blá.
Mas eu tenho medo sim. Tenho medo de escolher errado agora e fazer com que o meu 'futuro-presente' não seja do jeito que eu quero. Tenho medo de pensar muito e fazer pouco; tenho medo de pensar demais e explodir. Meu medo é grande e, as vezes, eu não sei onde colocar tanto medo.
Achava que era a unica que pensava assim, mas quando olhei melhor, percebi que, nesse mundo entulhado de gente, com certeza existe alguém que divide das mesmas ideias que eu e percebi que achar que as minhas ideias eram tão minhas que ninguem as teria é uma coisa meio egoista demais.
O mundo que eu criei, com esses pensamentos, entre outros, existe em algum lugar. Talvez ele esteja bem longe do seu, ou talvez você esteja mais proximo dele do que imagina.
segunda-feira, 24 de março de 2008
Ele gostava dela;
Não se importava com o fato de ela ser mais alta do que ele ou o fato de odiar quando ele cutucava o tempo todo ou quando o cabelo dela bagunçava com o vento. Não ligava se o pai dela o achava um delinqüente ou se a mãe dela tinha adorado o seu cabelo esquisito. Ele gostava de chocolate e ela, de morango. Ela, do dia e ele, da noite. E dai se a matéria favorita dela era matemática e ele só ia bem em história? Ele não se importava quando ela saía descabelada e suada do treine de volei e não ligava se o tênis combinava com a meia. Ele também não estava nem ai se ela tinha saido com as botas novas e ele, com o all star velho.
O importante é que um tinha o outro e isso bastava, por tudo.
O importante é que um tinha o outro e isso bastava, por tudo.
quarta-feira, 19 de março de 2008
a História do pingüim
A época critica esta chegando e eu sei que você também já reparou.
São nesses dias que estão por vir que eu lembro das poucas coisas que eu consegui guardar.
Eu não tenho escrito muito, mas você continua comigo. Continua sabendo tudo sobre mim. Você realmente fez sua lição de casa, não é ?
(...)
Ontem, lendo o que você escreveu, me bateu um medo absurdo. Foi um ataque de pânico, eu diria. Eu realmente percebi que você talvez não volte, que talvez eu não te veja mais.
Ai caramba, quem tirou o chão daqui ?
Eu continuo fingindo que estou tranquila e continuo mudando os nomes dos personagens, pra não precisar citas ninguém, mas eu sei que pra você não adianta mentir.
Eu sinto uma saudade absurda de não sentir saudades.
(...)
Tudo o que eu queria é que os abraços tivessem durado um pouco mais.
Mas vai saber. Talvez isso seja pedir demais.
Ou, quem sabe, pedir na hora errada.
São nesses dias que estão por vir que eu lembro das poucas coisas que eu consegui guardar.
Eu não tenho escrito muito, mas você continua comigo. Continua sabendo tudo sobre mim. Você realmente fez sua lição de casa, não é ?
(...)
Ontem, lendo o que você escreveu, me bateu um medo absurdo. Foi um ataque de pânico, eu diria. Eu realmente percebi que você talvez não volte, que talvez eu não te veja mais.
Ai caramba, quem tirou o chão daqui ?
Eu continuo fingindo que estou tranquila e continuo mudando os nomes dos personagens, pra não precisar citas ninguém, mas eu sei que pra você não adianta mentir.
Eu sinto uma saudade absurda de não sentir saudades.
(...)
Tudo o que eu queria é que os abraços tivessem durado um pouco mais.
Mas vai saber. Talvez isso seja pedir demais.
Ou, quem sabe, pedir na hora errada.
terça-feira, 18 de março de 2008
Erm.. legal.
Eu não sou muito boa com demonstrações de afeto.
A maioria já deve ter reparado, é claro. Isso deve ter sido tão revelador quanto se eu tivesse dito que Marina se escreve com 'a'.
Mas não quero que me entendam mal. Eu não sou fria (nem sempre).
Eu só não me sinto confortável em demonstrar emoções em publico. Eu me sinto exposta, ou sei lá.
Talvez, algum dia, você receba uma carta ou até mesmo um scrap (graande orkut) meu, dizendo coisas legais sobre você, sobre mim e sobre 'nós'. Talvez você até ganhe algumas frases de efeito bem elaboradas e, quem sabe, sitações de algum cara morto.
Se um dia isso acontecer, pode ter certeza que aquilo foi pensado. E como. Eu devo ter demorado semanas pra escrever e te mandar aquilo. Eu sou assim.
Não estou dizendo que sou a 'senhora-fodona-que-todos-amam', mas varias vezes, no meio da aula, quando alguém escrevia alguma coisa meiga no meu caderno (ou na mesa...ou no meu braço) eu sorria e dizia 'obrigada.'
Nenhum 'eu te amo.' Nem mesmo um 'eu também.'
Talvez, eu tenha sorrido só para ser simpatica, mas, na maioria das vezes, eu sorria e pensava 'Nossa, como eu gosto dela(e)!'
Mas, nessa altura do campeonato, você deveria saber quem eu sou.
Se não sabe, vou me apresentar: eu sou Marina odeio-demonstrar-intimidade-demais Ascenção. Pois é. Mais uma vez, eu admiti algo sobre mim e você nem teve que fazer nada.
Puxa, como eu sou dada, não ?
Uma das minhas teorias sobre minha falta de 'sei-lá-o-que' que me impede de dizer coisas legais para pessoas legais é que eu tenho medo de me tornar efusiva. (Ó, como eu odeio pessoas efusivas).
Mas essa é só mais uma das minhas teorias.
A maioria já deve ter reparado, é claro. Isso deve ter sido tão revelador quanto se eu tivesse dito que Marina se escreve com 'a'.
Mas não quero que me entendam mal. Eu não sou fria (nem sempre).
Eu só não me sinto confortável em demonstrar emoções em publico. Eu me sinto exposta, ou sei lá.
Talvez, algum dia, você receba uma carta ou até mesmo um scrap (graande orkut) meu, dizendo coisas legais sobre você, sobre mim e sobre 'nós'. Talvez você até ganhe algumas frases de efeito bem elaboradas e, quem sabe, sitações de algum cara morto.
Se um dia isso acontecer, pode ter certeza que aquilo foi pensado. E como. Eu devo ter demorado semanas pra escrever e te mandar aquilo. Eu sou assim.
Não estou dizendo que sou a 'senhora-fodona-que-todos-amam', mas varias vezes, no meio da aula, quando alguém escrevia alguma coisa meiga no meu caderno (ou na mesa...ou no meu braço) eu sorria e dizia 'obrigada.'
Nenhum 'eu te amo.' Nem mesmo um 'eu também.'
Talvez, eu tenha sorrido só para ser simpatica, mas, na maioria das vezes, eu sorria e pensava 'Nossa, como eu gosto dela(e)!'
Mas, nessa altura do campeonato, você deveria saber quem eu sou.
Se não sabe, vou me apresentar: eu sou Marina odeio-demonstrar-intimidade-demais Ascenção. Pois é. Mais uma vez, eu admiti algo sobre mim e você nem teve que fazer nada.
Puxa, como eu sou dada, não ?
Uma das minhas teorias sobre minha falta de 'sei-lá-o-que' que me impede de dizer coisas legais para pessoas legais é que eu tenho medo de me tornar efusiva. (Ó, como eu odeio pessoas efusivas).
Mas essa é só mais uma das minhas teorias.
sábado, 15 de março de 2008
Pequenos milagres (?)
Quarta-feira foi aniversário da minha mãe e ela não queria estar em casa para receber ligações chatas (haha, nessas horas, eu começo a acreditar que eu sou filha da minha mãe) então fomos ao shopping.Então, lá estava eu, com minha bandeja, pensando ' Alface lisa ou americana? ', quando uma menina de uns 4 anos olhos pra minha bandeja e gritou 'ECA!' quando eu finalmente me decidi pela alface lisa. Strike 1.
Fui andando e pensando sobre o que eu ia comer e a menina saracuteava na minha frente e a mãe só dizia 'Fulana, pára!'.
Ela conseguiu se pendurar em algum lugar, pegou a colher da sopa (Onde ela achou a sopa, eu não sei) e espalhou o conteúdo da concha pelo chão. Strike 2.
Quando eu estava na fila para pagar, com a bandeja na mão, o mesmo anjinho ficou na ponta dos pés pra tentar ver o que tinha na minha bandeja. Eu abaixei a bandeja pra ela poder ver e ela abriu um sorrisão pra mim.
-Ué, onde você conseguiu essa batatinha ? - ela perguntou.
-Alí ó. - apontei.
-Mãããe! Pega batatiiinha? Eu quero batatiiiiinhaaaaa!
A mãe da doce criatura já estava pagando.
-Hoje não, filha.
Ela me olhou com aqueles olhinhos brilhantes. O lábio inferior dela começou a tremer mais que a perna esquerda do Elvis e ela disse.
-Me dá uma ?
Eu abaixei a bandeja de novo, para ela poder pegar uma batata. Resultado? Ela enfiou a mão e todas as batatas antes de escolher a que ela queria.
A mãe dela olhou a cena, deu um soriso sem graça pra mim, me pediu desculpas e levou a gracinha embora. Strike 3. OUT!
E você? Não morre de vontade de ter filhos ?
Eu definitivamente não.
Fui andando e pensando sobre o que eu ia comer e a menina saracuteava na minha frente e a mãe só dizia 'Fulana, pára!'.
Ela conseguiu se pendurar em algum lugar, pegou a colher da sopa (Onde ela achou a sopa, eu não sei) e espalhou o conteúdo da concha pelo chão. Strike 2.
Quando eu estava na fila para pagar, com a bandeja na mão, o mesmo anjinho ficou na ponta dos pés pra tentar ver o que tinha na minha bandeja. Eu abaixei a bandeja pra ela poder ver e ela abriu um sorrisão pra mim.
-Ué, onde você conseguiu essa batatinha ? - ela perguntou.
-Alí ó. - apontei.
-Mãããe! Pega batatiiinha? Eu quero batatiiiiinhaaaaa!
A mãe da doce criatura já estava pagando.
-Hoje não, filha.
Ela me olhou com aqueles olhinhos brilhantes. O lábio inferior dela começou a tremer mais que a perna esquerda do Elvis e ela disse.
-Me dá uma ?
Eu abaixei a bandeja de novo, para ela poder pegar uma batata. Resultado? Ela enfiou a mão e todas as batatas antes de escolher a que ela queria.
A mãe dela olhou a cena, deu um soriso sem graça pra mim, me pediu desculpas e levou a gracinha embora. Strike 3. OUT!
E você? Não morre de vontade de ter filhos ?
Eu definitivamente não.
domingo, 9 de março de 2008
Para doação
Sim, meus amigos, ela consegue o impossível.
Ela me tira do sério.
Ela acaba com a minha 'paciência de Jó'.
Ela realmente, tem um dom.
Cena:
Eu acabou de chegar em casa, ligo a tv e começo a assistir qualquer coisa. Cinco minutos depois, ela desce do escritório para a sala.
- Eu não gosto desse programa.
- Problema é seu.
- Mas eu não quero ver. MUDA!
- HAHA ! Você estava no computador, volta pra lá, vai.
- Mas eu já tinha pensado em descer pra ver tv bem antes de você chegar, tá ?!
Detalhe, ela tem 11 anos. E assiste Discovery Kids.
Eu acho que a) ela é retardada e esconde muito bem dos meus pais b) ela faz só pra me irritar.
Mas eu sempre desconfiei da integridade mental dela.
Ela tem o pior genio da fase da terra. Ou as coisas são de jeito dela, ou simplismente não são. Ela faz bico, sapateia, bate pé, sobe a escada parecendo a cavalaria de Tróia e bate a porta com toda a força.
Aaah, que agradável.
Ela abre a porta do escritório e fica de guarda na porta, me olhando com uma cara de 'Alô-ô! Vai sair agora ou não?'. Tudo que eu faço e chutar ela pra fora (as vezes, literalmente) e fechar a porta.
Ela se veste mal, consegue ser a menor poser que eu conheço, e é egoísta. É preciso apelar para o emocional para fazer ela tomar banho.
Sem mencionar que sempre que alguma coisa minha some, eu acho no quarto dela. Engraçado como minhas coisas adoram se teletransportar pra lá.
Em sumo, a convivência é agradabilíssima.
Qualquer interessado, favor entrar em contato com Marina pelo numero 0800-criadocapeta-666.
Pronta entrega. ;D
Ela me tira do sério.
Ela acaba com a minha 'paciência de Jó'.
Ela realmente, tem um dom.
Cena:
Eu acabou de chegar em casa, ligo a tv e começo a assistir qualquer coisa. Cinco minutos depois, ela desce do escritório para a sala.
- Eu não gosto desse programa.
- Problema é seu.
- Mas eu não quero ver. MUDA!
- HAHA ! Você estava no computador, volta pra lá, vai.
- Mas eu já tinha pensado em descer pra ver tv bem antes de você chegar, tá ?!
Detalhe, ela tem 11 anos. E assiste Discovery Kids.
Eu acho que a) ela é retardada e esconde muito bem dos meus pais b) ela faz só pra me irritar.
Mas eu sempre desconfiei da integridade mental dela.
Ela tem o pior genio da fase da terra. Ou as coisas são de jeito dela, ou simplismente não são. Ela faz bico, sapateia, bate pé, sobe a escada parecendo a cavalaria de Tróia e bate a porta com toda a força.
Aaah, que agradável.
Ela abre a porta do escritório e fica de guarda na porta, me olhando com uma cara de 'Alô-ô! Vai sair agora ou não?'. Tudo que eu faço e chutar ela pra fora (as vezes, literalmente) e fechar a porta.
Ela se veste mal, consegue ser a menor poser que eu conheço, e é egoísta. É preciso apelar para o emocional para fazer ela tomar banho.
Sem mencionar que sempre que alguma coisa minha some, eu acho no quarto dela. Engraçado como minhas coisas adoram se teletransportar pra lá.
Em sumo, a convivência é agradabilíssima.
Qualquer interessado, favor entrar em contato com Marina pelo numero 0800-criadocapeta-666.
Pronta entrega. ;D
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008
Eduardo;
Eu estou escrevendo essa carta não porque eu tenho realmente a intenção de te mandar, e sim porque eu preciso ocupar meu tempo e as folhas jogadas pelo meu quarto.
Eu sei exatamente o que você me diria agora. Você ia escolher com muito cuidado cada palavra e ai acabar dizendo 'que fica feliz por mim, mas que esta preocupado por ver que eu não estou agindo normalmente'. Bullshit ! Eu sei que você não esta nem um pouco feliz porque você me conhece muito bem e sabe o que eu penso sobre isso tudo.
Nunca parei pra pensar, mas acho que esse é um dos motivos de sentir tanto a sua falta.
Sinto falta de ter alguém que me olhe e saiba o que eu to sentindo, assim eu não vou precisar admitir que sinto.
É. Acabei de admitir que odeio admitir. Mas uma vez, você me venceu e nem precisou fazer nada.
Mesmo sem te ver, consigo te enxergar rindo disso aqui e tenho que confessar que isso aqui é praticamente uma carta suicída.
Ultimamente, eu tenho procurado motivo, sabe.
O nó na minha garganta tem aumentando, apesar das coisas estarem melhorando por aqui.
Eu tenho lido muito. Acho que é mais um jeito de tentar passar o tempo, que só passa quando eu preciso dele.
Hahaha. Ó céus, ó vida, ó azar !
Mas que graça teria se as coisas fossem assim tão simples ?
Eu sei exatamente o que você me diria agora. Você ia escolher com muito cuidado cada palavra e ai acabar dizendo 'que fica feliz por mim, mas que esta preocupado por ver que eu não estou agindo normalmente'. Bullshit ! Eu sei que você não esta nem um pouco feliz porque você me conhece muito bem e sabe o que eu penso sobre isso tudo.
Nunca parei pra pensar, mas acho que esse é um dos motivos de sentir tanto a sua falta.
Sinto falta de ter alguém que me olhe e saiba o que eu to sentindo, assim eu não vou precisar admitir que sinto.
É. Acabei de admitir que odeio admitir. Mas uma vez, você me venceu e nem precisou fazer nada.
Mesmo sem te ver, consigo te enxergar rindo disso aqui e tenho que confessar que isso aqui é praticamente uma carta suicída.
Ultimamente, eu tenho procurado motivo, sabe.
O nó na minha garganta tem aumentando, apesar das coisas estarem melhorando por aqui.
Eu tenho lido muito. Acho que é mais um jeito de tentar passar o tempo, que só passa quando eu preciso dele.
Hahaha. Ó céus, ó vida, ó azar !
Mas que graça teria se as coisas fossem assim tão simples ?
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008
Alô Ratinho ?
Contrariando todas as leis, teorias e regrinhas que eu aprendi na escola, acho que não herdei nada dos meus pais. Parece que meu DNA veio ao mundo como uma folha A4. Em branco.
Essa é a unica explicação racional para o fato de eu não ser nada parecida com meus pais.
Minha mãe é irritantemente carente, enquanto eu não gosto de contato físico (haha)
Meu pai gosta das coisas arrumadas e eu só me organizo no desorganizado.
Minha mãe adora demonstrar o que ela sente, já eu, acho que isso um desperdicio de tempo.
Meu pai gosta de tudo sempre igual. Eu nem comento sobre o assunto...
Mas o que mais me entriga é no quesito musical. E não em refiro aos talentos musicais (nem à falta deles).
Eu posso dizer que sou literalmente movida á musica. A musica é essencial feito comida e agua. Escuto musica no banho, fazendo lição, quando eu leio, quando eu estou no carro, quando eu vou no shopping, enquanto eu estou dormindo e acho que quando não tem musica de verdade, eu canto pra mim mesma. E tudo isso, no ultimo volume.
A briga constante aqui em casa é "Marina! Desliga esse som !"
Eles não escutam musica.
No carro, é sempre aquele silêncio desagradável. Que eu sempre quebro dizendo 'Liga o rádio, por favor'. Ai vem a briga pelo tipo de musica, mas se eles gostassem de ALGUMA musica, já ia ser alguma coisa, mas não é o caso.
As vezes tenho a impressão de que eles não escutam as mesmas musicas que eu só pra me irritar, mas é claro, esse é meu dever de filha paranóica. Pensar que tudo que os pais fazem é parte de uma conspiração contra mim.
Bom...
Eu sempre disse pra minha irmã que ela era filha do vizinho.
Vai saber se a filha do vizinho não sou eu?
Alguém ai sabe onde eu faço um exame de DNA ?
Essa é a unica explicação racional para o fato de eu não ser nada parecida com meus pais.
Minha mãe é irritantemente carente, enquanto eu não gosto de contato físico (haha)
Meu pai gosta das coisas arrumadas e eu só me organizo no desorganizado.
Minha mãe adora demonstrar o que ela sente, já eu, acho que isso um desperdicio de tempo.
Meu pai gosta de tudo sempre igual. Eu nem comento sobre o assunto...
Mas o que mais me entriga é no quesito musical. E não em refiro aos talentos musicais (nem à falta deles).
Eu posso dizer que sou literalmente movida á musica. A musica é essencial feito comida e agua. Escuto musica no banho, fazendo lição, quando eu leio, quando eu estou no carro, quando eu vou no shopping, enquanto eu estou dormindo e acho que quando não tem musica de verdade, eu canto pra mim mesma. E tudo isso, no ultimo volume.
A briga constante aqui em casa é "Marina! Desliga esse som !"
Eles não escutam musica.
No carro, é sempre aquele silêncio desagradável. Que eu sempre quebro dizendo 'Liga o rádio, por favor'. Ai vem a briga pelo tipo de musica, mas se eles gostassem de ALGUMA musica, já ia ser alguma coisa, mas não é o caso.
As vezes tenho a impressão de que eles não escutam as mesmas musicas que eu só pra me irritar, mas é claro, esse é meu dever de filha paranóica. Pensar que tudo que os pais fazem é parte de uma conspiração contra mim.
Bom...
Eu sempre disse pra minha irmã que ela era filha do vizinho.
Vai saber se a filha do vizinho não sou eu?
Alguém ai sabe onde eu faço um exame de DNA ?
domingo, 17 de fevereiro de 2008
É pro caso nº 3
Tem coisas que a gente sabe que é ruim só pela experiência de terceiros, mas como não podemos injetar, cheirar ou fumar a televisão, lá vou eu assistir aos programas mas 'comentados' para formar uma opnião palpável.
Zapeando de canal em canal, acabei parando no 'Melhor do Brasil'. Três homens tentando se passar por solteiro/casado/gay, com o propósito de enganar uma mulher. Cada chute errado dela vale mil reais pra algum deles. Com a participação não tão especial assim do mais novo evangélico, Alexandre Frota, o programa só não fica mais patético porque eu não estou no lugar daquela boazuda, usando um sutiã brilhante.
Mas o que mais me impressionou (ou será que me assustou?) foram os programas do SBT. Logo pela manhã, temos um misterioso projeto de gente usando vestidos lotados de babados gritando 'PlayStation! PlayStation' e no final do dia, não se esqueçam do 'Fantasia', afinal, não há nada melhor do que ver 8569635856 mulheres de biquini cantando o hino do seu time do coração e ouvir pessoas desocupadas gritando 'eu sou fã do SBT!'
Agora, peço atenção para o melhor (?) da programação: Casos de família.
Sim, minha relação com esse programa é antiga, pois não é de hoje que eu assisto isso (sinto certa vergonha em admitir).
Regina-alguma-coisa comanda o programa com a sua melhor cara de 'Jó' enquanto anuncia o tema polêmico do dia.
"Meu marido me bate". Sim, esse é o tema.
Nisso, entra uma pobre infeliz chamada Maria-alguma-coisa (nada contra, só pra deixar claro) e diz 'o meu marido chega em casa bêbado e me bate', então entra seu marido e revela 'eu chego em casa bêbado e bato nela'. Entram outros casais que contam a mesma história, mudando apenas um detalhe aqui, outro ali. Ai é a hora da platéia interagir. Sempre tem uma senhora que levanta e dá uma bronca em algum dos casos, o que ela acha que é mais critico.
Então nossa santa apresentadora fala com os participantes, naquela voz ensaiada de quem fala com criança que riscou a parede de giz, que eles não podem mais fazer aquilo (seja bater ou apanhar).
O casal sai feliz e saltitante.
Aposto que quando sair da emissora, ele vai entrar no Bar do Elias, beber e bater na mulher, pra ela aprender a não ir reclamar da vida deles na Tv.
Sim, meus amigos. Telebarracos, eu diria.
As vezes eu acho que o Silvio esta caduco, mas se eu parar pra pensar direito, eu consigo me escutar dizendo: 'Pode ser horrível, mas você assiste, não é?'
Zapeando de canal em canal, acabei parando no 'Melhor do Brasil'. Três homens tentando se passar por solteiro/casado/gay, com o propósito de enganar uma mulher. Cada chute errado dela vale mil reais pra algum deles. Com a participação não tão especial assim do mais novo evangélico, Alexandre Frota, o programa só não fica mais patético porque eu não estou no lugar daquela boazuda, usando um sutiã brilhante.
Mas o que mais me impressionou (ou será que me assustou?) foram os programas do SBT. Logo pela manhã, temos um misterioso projeto de gente usando vestidos lotados de babados gritando 'PlayStation! PlayStation' e no final do dia, não se esqueçam do 'Fantasia', afinal, não há nada melhor do que ver 8569635856 mulheres de biquini cantando o hino do seu time do coração e ouvir pessoas desocupadas gritando 'eu sou fã do SBT!'
Agora, peço atenção para o melhor (?) da programação: Casos de família.
Sim, minha relação com esse programa é antiga, pois não é de hoje que eu assisto isso (sinto certa vergonha em admitir).
Regina-alguma-coisa comanda o programa com a sua melhor cara de 'Jó' enquanto anuncia o tema polêmico do dia.
"Meu marido me bate". Sim, esse é o tema.
Nisso, entra uma pobre infeliz chamada Maria-alguma-coisa (nada contra, só pra deixar claro) e diz 'o meu marido chega em casa bêbado e me bate', então entra seu marido e revela 'eu chego em casa bêbado e bato nela'. Entram outros casais que contam a mesma história, mudando apenas um detalhe aqui, outro ali. Ai é a hora da platéia interagir. Sempre tem uma senhora que levanta e dá uma bronca em algum dos casos, o que ela acha que é mais critico.
Então nossa santa apresentadora fala com os participantes, naquela voz ensaiada de quem fala com criança que riscou a parede de giz, que eles não podem mais fazer aquilo (seja bater ou apanhar).
O casal sai feliz e saltitante.
Aposto que quando sair da emissora, ele vai entrar no Bar do Elias, beber e bater na mulher, pra ela aprender a não ir reclamar da vida deles na Tv.
Sim, meus amigos. Telebarracos, eu diria.
As vezes eu acho que o Silvio esta caduco, mas se eu parar pra pensar direito, eu consigo me escutar dizendo: 'Pode ser horrível, mas você assiste, não é?'
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
A história mais antiga do universo
Sabe aquele cara ali? Aquele sentado, bem ali?
Bom, ele é o grande amor da sua vida (Seja lá o que você chama de amor)
Ela vai segurar sua cintura e te olhar nos olhos e quando você for pensar no que aconteceu, seu nome já vai estar dentro de corações nas folhas do caderno.
Ele vai te ligar quando sentir sua falta, e vai desligar quando você perder a graça. Ele terá seu manual de instruções e você vai pensar varias vezes “como eu vivi tanto tempo sem ele?”
Ele vai te contar varias história que te farão chorar de tanto rir, e algumas outras sobre coração partido, que você desejará de todo coração que você o faça se sentir melhor. Você terá pressa. Ele também.
Em todos os assuntos possíveis e imagináveis, você terá alguma história de vocês para contar; vai levar o cachorro para passear todos os dias, sem pular nenhum; antes de perceber, mandará beijos para o porteiro quando desligar o interfone. Você é a felicidade na forma de gente. Você o conheceu, sua vida virou de ponta cabeça e agora você vive para e por ele.
Você vai chorar vendo novela, poemas onde “amor” rima com “dor” serão o que há de mais romântico, assim como tudo que vier dele.
Você vai ficar cega. Totalmente!
Uma noite, pouco antes de dormir, enquanto você penteia o cabelo que deixou crescer só porque ele gosta, o seu celular toca. É ele, terminando com você, daquele jeito.
Sem choro, sem emoção, sem motivo aparente. Seco, como se estivesse falando sobre os benefícios da energia solar sobre a nuclear.
Você vai ver que se tratando dele, é tão fácil se sentir bem e, em uma fração de segundos, você estará se sentindo péssima. Você vai querer falar com alguém, mas você só tinha ele, e agora, não tem mais.
Depois de 2 vidros de Valium, 1 mês e meio perdido e os amigos que você recuperou dizendo que a solução é se conformar, você vai entender o que sempre esteve na sua cara: Você não era para ele e ele, definitivamente, não era pra você.
--
Happy Valentine's Day
Bom, ele é o grande amor da sua vida (Seja lá o que você chama de amor)
Ela vai segurar sua cintura e te olhar nos olhos e quando você for pensar no que aconteceu, seu nome já vai estar dentro de corações nas folhas do caderno.
Ele vai te ligar quando sentir sua falta, e vai desligar quando você perder a graça. Ele terá seu manual de instruções e você vai pensar varias vezes “como eu vivi tanto tempo sem ele?”
Ele vai te contar varias história que te farão chorar de tanto rir, e algumas outras sobre coração partido, que você desejará de todo coração que você o faça se sentir melhor. Você terá pressa. Ele também.
Em todos os assuntos possíveis e imagináveis, você terá alguma história de vocês para contar; vai levar o cachorro para passear todos os dias, sem pular nenhum; antes de perceber, mandará beijos para o porteiro quando desligar o interfone. Você é a felicidade na forma de gente. Você o conheceu, sua vida virou de ponta cabeça e agora você vive para e por ele.
Você vai chorar vendo novela, poemas onde “amor” rima com “dor” serão o que há de mais romântico, assim como tudo que vier dele.
Você vai ficar cega. Totalmente!
Uma noite, pouco antes de dormir, enquanto você penteia o cabelo que deixou crescer só porque ele gosta, o seu celular toca. É ele, terminando com você, daquele jeito.
Sem choro, sem emoção, sem motivo aparente. Seco, como se estivesse falando sobre os benefícios da energia solar sobre a nuclear.
Você vai ver que se tratando dele, é tão fácil se sentir bem e, em uma fração de segundos, você estará se sentindo péssima. Você vai querer falar com alguém, mas você só tinha ele, e agora, não tem mais.
Depois de 2 vidros de Valium, 1 mês e meio perdido e os amigos que você recuperou dizendo que a solução é se conformar, você vai entender o que sempre esteve na sua cara: Você não era para ele e ele, definitivamente, não era pra você.
--
Happy Valentine's Day
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
Marina por Marina
Não sou muito bonita. Odeio milhares de pequenas coisas que, quando se juntam, se tornam uma grande lista de coisas odiáveis (ou enjoadas)
Odeio pessoas que odeiam tudo (eu também estou nesse tipo de gente), principalmente coisas que são facilmente odiadas. Cantadas de pedreiro, político ladrão, pernilongo,falsidade,a Vanessa Paradis e a Preta Gil. Coisas que NINGUEM em pleno estado de sanidade mental, conseguiria gostar, então não gaste seu tempo dizendo o que todo mundo sabe.
Conheço meus limites e sei que nunca vou conseguir ouvir musica, estudar para a prova de física e ir bem na mesma. Sei também que nunca vou conseguir o corpo das modelos que vejo diariamente nas revistas, que só servem para que nós apontemos para nossa imperfeições (que são perfeitamente normais) e digamos " puxa, como eu gostaria de ser ela ".
As vezes, falo mais do que penso (falo bastante, compulsivamente) mas na maioria das vezes, penso mais do que falo (acho que meu pensamentos tem pensamentos). então, se você acha que eu falo demais, nunca ouviu minha mente. E se você conhece alguém que se agarra ao lema "vencer não é importante. o importante é competir", ela deve ter perdido casa/carro/filhos jogando poker.
só pra começar (:
Odeio pessoas que odeiam tudo (eu também estou nesse tipo de gente), principalmente coisas que são facilmente odiadas. Cantadas de pedreiro, político ladrão, pernilongo,falsidade,a Vanessa Paradis e a Preta Gil. Coisas que NINGUEM em pleno estado de sanidade mental, conseguiria gostar, então não gaste seu tempo dizendo o que todo mundo sabe.
Conheço meus limites e sei que nunca vou conseguir ouvir musica, estudar para a prova de física e ir bem na mesma. Sei também que nunca vou conseguir o corpo das modelos que vejo diariamente nas revistas, que só servem para que nós apontemos para nossa imperfeições (que são perfeitamente normais) e digamos " puxa, como eu gostaria de ser ela ".
As vezes, falo mais do que penso (falo bastante, compulsivamente) mas na maioria das vezes, penso mais do que falo (acho que meu pensamentos tem pensamentos). então, se você acha que eu falo demais, nunca ouviu minha mente. E se você conhece alguém que se agarra ao lema "vencer não é importante. o importante é competir", ela deve ter perdido casa/carro/filhos jogando poker.
só pra começar (:
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